Logo que o bebê chega em casa, chega junto os mistérios da nova fase e ver o nosso bebê chorando sem saber o motivo é assustador e gera muita insegurança, principalmente para nós mães que seguimos na vulnerabilidade do puerpério e com os turbilhões de emoções e as vezes, palpites sem filtro pode ficar ainda mais desafiador.
Vocês chegaram em casa e agora? Cadê o botão da enfermagem para te socorrer? Pois é, agora é você e seu bebê. Algumas mulheres têm a oportunidade de uma rede de apoio, de uma babá desde o início, de um companheiro ou companheira presente. Mas eu quero abrir teus olhos, nem assim, você deixará de sentir o medo do desconhecido, ainda que tenha mais de um filho, principalmente porque cada criança é única, sem contar todo “deserto hormonal” que passamos no puerpério, que nos deixa mais sensíveis.
Mas o bebê só sabe se comunicar através do choro e em alguns momentos os motivos de choro “padrão” não fazem sentido...e aí, o que pode ser?
Via de regra, quando o bebê começa a chorar pode ser pelos motivos: fome, sede, dor ou desconforto, frio ou calor, medo ou susto, incômodo com determinada posição.
Primeira coisa que quero te lembrar: Tenha calma! Eu sei também que pedir calma quando estamos no olho do furacão parece impossível. Mas se nós mães soubéssemos desde o início que silenciar na hora do caos para nos ouvir, resolveria. Olha, muita coisa seria diferente.
Tem um exercício que eu faço sempre e quero compartilhar com vocês.
Quando me vejo numa situação caótica, tento sair de cena por segundos mesmo, respiro fundo, jogo a minha atenção para a respiração, conto até 5 para oxigenar o cérebro e me fazer sair do automático, tomo uma água e volto para o meu eixo. Só depois disso volto para o meu bebê e raciocino sobre o que pode ser. Funciona!
Quando silenciamos, paramos pra ouvir o que o nosso instinto materno quer falar, nos poupamos da ansiedade e da sensação de parecer não estar dando conta, sendo que essa construção é gradativa e você aos poucos vai conseguir se conectar com o seu bebê e aprenderá a se comunicar com ele, saberá identificar suas expressões e o motivo de cada choro. É um processo que leva tempo e requer paciência.
Mas, eu sei também que tem horas que mesmo limpinho, alimentado e com sono ok, aparentemente sem dor, o bebê continua chorando. E aí o que fazer? Separei algumas dicas que te ajudarão nesses momentos.
Banho no OFURÔ;
Sling;
Posição Anti CÓLICA (bebê deitado com a barriga sobre o antebraço e a cabeça apoiada em suas mãos);
Chiado direto no ouvido ou ruído branco;
Passeio fora do ambiente de estresse.
Tem uma coisa que muita gente te fala pra fazer não fazer – COLO. Por favor, não escutem essas pessoas! Eu posso te garantir que na grande maioria das vezes o seu bebe só quer se sentir seguro e próximo de quem ele reconhece através do cheiro e do toque.
A transição do bebê que viveu no útero por 9 meses para o bebê da vida fora do útero deve ser lenta, é muito importante trazer a esse bebê as sensações que ele viveu dentro da barriga da mãe. Quando o bebê nasce, ele não entende o que está acontecendo, são muitas sensações: barulho alto, frio, calor, fome, dor. Sejamos mais empáticos com nossos bebezinhos. O acolhimento que o colo traz é a sensação mais próxima do útero que o bebê pode ter, ouvir os batimentos do coração e a voz da mamãe como era na barriga, certamente os ajudará a se sentir mais seguros e amados nessa fase de adaptação.
Se você está vivendo essa fase, calma! Você vai conseguir aplicar essas dicas com o seu bebê também e vai construir uma relação de muita conexão e presença com o seu bebê.
Me conta nos comentários como é esse momento aí na sua casa, se você já passou por ele, como se sentiu, vou ficar feliz em te ouvir e poder contribuir de alguma forma com você.
Um grande ABRAÇO!
Darana Gabriella
Consultora de Sono Infantil e Educadora Parental
Comments